sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Vamos fazer uma roda, de mãos dadas todos juntos, ora aperta, ora alarga, quando nós já somos muitos

Um indidvíduo que se apresenta como uma grande promessa da ciência, uma espécie de Coentrão da Biologia, Johan Lehrer, deu origem a esta magnífica prosa num Jornal de referência: «Leher começou a aperceber-se de uma inesperada coincidência: parecia-lhe que Proust previra os resultados das experiências que ele ajudava a desenvolver no laboratório. Dito de outra maneira: Proust partilhava com as mais recentes descobertas dos neurocientistas a mesma visão dos mecanismos do cérebro e do mundo. A grande diferença é que o fizera com um século de antecedência.» É tão cansativo, mas tão cansativo, ler este tipo de conclusões, que chega a ser uma questão de caridade alguém escrever ao rapaz do Instituto Gulbenkian - que também frequentou as Américas - portador de óculos «Rui Santos», ganhador de um prémio milionário de ciência para estudar mecanismos de decisão em ratinhos, para que não perca tempo em laboratórios e comece a ler qualquer coisa que valha a pena, uma vez que corre o risco de ter de acrescentar à última da hora um subtítulo à sua investigação, que diga qualquer coisa como «Proust era um neurocienstista» ou «Ao encontro de Espinosa». Para citar Valentim Loureiro: «Foda-se».

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