quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Um vintém é um vintém e um Walter Hugo Mãe é um Walter Hugo Mãe

Porquê insistir na prática de uma actividade em que outro dos praticantes o faz muito melhor do que nós? À excepção de Jorge Jesus, depois de um insulto erudito do Professor Manuel Machado, cujas incursões etnológicas no linguajar popular - dignas de Orlando Ribeiro, ou do Alberto Sampaio das «Póvoas Marítimas» -, arrebatam a análise antropológica do povoamento de Portugal a níveis explicativos capazes de transformar o falhanço da reforma agrária numa equação de primeiro grau, ninguém coloca a questão da objectividade tão bem como o autor de «A Causa foi Modificada». A visita ao Senhor Palomar produziu o meu contacto com uma capa do Ípsilon, em que se informa que o Valter Hugo Mãe (ao que tudo indica, um escritor) é, e passo a citar - como sabem eu nunca invento nada -, "um homem que está a morrer da escrita". Desde o "morreste-me" do José Luis Peixote que não vomitava tanto. Para quê acrescentar mais, quando a exactidão vive no coração da simplicidade?

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