Uma das actividades mais emocionantes da actualidade, e todos sabem como eu gosto de fazer variações comportamentais aos padrões estéticos da actualidade, passa pela leitura exaustiva de críticas empíro-despretenciosas, mas repletas do sebo dos predestinados, em torno de calhamaços da autoria de cidadãos norte-americanos, há muito identificados pelos instrumentos da psiquiatria como tolinhos, excepção ao sumo-sacerdote Harold Bloom, e cuja exegese implica comentários a todas as formas de erudição semiológica, sem tirar o adestramento nos rankings da originalidade com frases do estilo «eu sou o único ser-vivo capaz de prescrutar os profundos significados ocultos na obra de Thomas Pynchon». Veja-se um exemplo, e desenvolvimentos anexos, neste texto exemplar. O problema é que isto implica que indíviduos como o Casanova, em vez de consagrarem o seu precioso tempo ao comentário dos impactos das tatuagens de Raul Meireles no índice de probabilidades do apuramento da selecção, se percam em exercícios pequeno-burgueses sobre os seus interesses pessoais, assunto que me interessa tanto como a probabilidade da marca de baton utilizada ontem por Manuela Ferreira Leite ter sido também utilizada por um electricista da Brandoa na marcação dos roços das caixas de derivação numa obra clandestina.
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