A julgar pela exigência de pureza a que são submetidos os políticos com ambições de poder, estou convencido que nem todos os santos passariam pelo crivo de pureza. E é preciso lembrar, nem Jesus Cristo concorreu para cargos públicos não fossem os adversários encontrar alguma nódoa.
A minha desilusão com a política não é devida à diferença entre as biografias de cada candidato, a oficial e as outras. A desilusão vem da forma como é feita a política em Portugal, que se resume a distribuir tachos pelos compadres. Preocupa-me bem mais o António Preto nas listas de deputado que os trocados que a sra. Leite foi buscar à banca.
Mas o problema essencial não está resolvido. Apesar de todo o meu liberalismo, não encontro forma de eliminar a necessidade de um governo. Assim fica o problema por resolver: não se pode viver com políticos, não se pode viver sem eles.
Uma potencial solução, mas bastante difícil de implementar, é a ideia de pequenas medidas. Por exemplo, no Portugal Contemporâneo foi proposto o alargamento da ADSE a toda a população. É um seguro de saúde bem gerido pelo Estado, funciona bem para os beneficiários e custa menos por pessoa que o SNS. E não custa nadinha a um governo fazê-lo, a estrutura e o conhecimento estão lá.
O chato das pequenas medidas é que não dão lugar a aberturas de jornais nem a sandes de leitão quando se inauguram auto-estradas. E obviamente, os benefícios poderão não ser colhidos a tempo das próximas eleições.
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