Isaac Newton será a personagem dos últimos 500 anos que mais influência tem sobre a vida moderna. Não é exagero.
Newton mostrou que existe uma relação conceptualmente simples entre o estado de um sistema fechado (a posição e velocidade de cada planeta no sistema solar, por exemplo) e a dinâmica do sistema (a força gravítica que cada planeta exerce sobre os outros). A abordagem de Newton para explicar o movimento dos astros é absolutamente sedutora. É simples e mortalmente precisa. Não admira por isso que tenha sido seguida pelas restantes ciências, naturais e sociais. É quase impossível encontrar uma ciência ou área de estudo em que o procedimento de análise um sistema não seja (i) identificar o estado do sistema, (ii) identificar as forças externas e (iii) modelar a relação entre os dois primeiros.
Alguns exemplos. Em economia é frequente falar de agentes económicos (os "planetas" de Netwon) e incentivos (as forças). E em teoria de jogos, um dos grandes embustes da segunda metade do séc. XX, não se dá um passo sem primeiro definir a utilidade dos agentes (o estado do sistema) e as regras do jogo (as forças). Finalmente, na área da robótica móvel, o outro grande embuste, em que a noção de agente e sistema de decisão é quase castradora.
Apesar de todo o brilhantismo e elegância da abordagem proposta por Newton, podemos perguntar se é de aplicação universal. Será que, por exemplo, se pode aplicar a um país para decidir se os impostos podem aumentar/baixar ? Por outras palavras, é razoável analisar o país como um conglomerado de pessoas (partículas do sistema), as interacções entre as pessoas ("forças inter-pessoais") e a influência dos impostos nas "forças inter-pessoais" do sistema ?
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