Qual a principal característica que deve ter um cidadão? Ouvir bem!!! ouvir muito bem, aliás. Mesmo que não compreenda nada. 09.30h da manhã, entre o losango do JJ e as notícias facebook do i, tornei-me, finalmente, cidadão. Não o cidadão à francesa, aquele parido pela revolução, por muito desmembrado que se apresente, quer à nascença, quer na nunca atingida maturidade. Nunca um cidadão da história, nunca assim desejado. Tornei-me sim um cidadão de cartão, perdão, com cartão, e simplex (não confundir com simplório). Lá estava eu, num cartão pequenino, de cidadão, mas abrangente, cheio de tecnologia, de choque tecnológico.
Na verdade, penso que os portugueses não perceberam bem isto do choque tecnológico. Vou tentar explicar, a quem ainda não percebeu, como isto funciona. Há 3 meses, ainda concentrado no Quique, e na escrita estilo blog do Público (lá está, a evolução, de blog, do Público, para facebook do i, ou twitter, se preferirem), saí do 732 às 09.30 da manhã nos Restauradores. Tirei uma senha numa máquina com tiques de tecnologia, assistida por um segurança que sublinhava, com precisão, o caos analógico da loja do cidadão. "se puder ir a outro lado"!! e fui, e voltei, e esperei e desesperei. Saltemos o desespero. O processo é simples, e cheio de tecnologia, não choca ninguém. Após 8 horas de espera (que aproveitei para umas leituras no Largo do Carmo, diga-se) chegou finalmente a minha vez. Atente-se, no entanto, que 8 horas, num mundo global e neoliberal 8 horas só fazem falta a quem usa gravata. Voltemos à tecnologia, "sente-se", tem os documentos?; levante-se, olhe para aquela máquina; coloque o dedo; retire o dedo; assine ali; espere; assine outa vez".. "desculpe, bloqueou, temos de mudar de máquina e fazer tudo outra vez"!!!!!
Digam-me, então, se isto não é um choque. Desconfio se será tecnológico, mas choque é, conforme o prova a cara de desespero que está estampada no dito cartão agora, 3 meses depois, quando o fui buscar. Mas enfim, são os esforços e sacrificios necessário para se ser um cidadão!! Isso e ouvir bem. Perceba-se. De volta ao JJ e ao i, e às senhas da loja do cidadão a espera, desta vez, não permitia qualquer soneca. Não só porque era mais curta como, e sobretudo, qualquer tentativa seria interrompida por vários e em crescendo sonoro "tem internet? quer activar a assinatura digital?". Os gritos, sim, os gritos, que mais lhe podíamos chamar, vinham da funcionária que estava a entregar o cartão do cidadão. "quer assinatura electrónica? Usa a internet" era perguntado, na primeira vez, num tom aproximado ao da Inês Medeiros nas conversas infindáveis com o Machado Vaz. Naturalmente, a maioria das pessoas, perdão, dos quase cidadão percebe tanto de assinatura electrónica como do losango do JJ. Age natural, ou quer agir, não responde, espera explicações. E elas chegam, pela encarnação agora daquela miúda que uiva nas manhãs da TVI "quer assinatura electrónica? usa internet?". Perpetua-se o silêncio, surge uma última tentativa, mais alto, muito mais alto, muito mais Julia Pinheiro, muito mais Pós e Contras "quer activar assinatura electrónica? Usa Internet? Usa Internet?"... "sempre a pode activa depois". Confesso-me vacinado, não contra A, e a loucura jornalística que começa a gerar, mas contra o choque, tecnológico ou não. Mas percebo a desconfiança do novos cidadãos perante a principal promessa do Sócrates, o choque tecnológico!!! Uffa, desabafam. Uii, suspiro eu, imaginem quando for o choque de estupidez que se acredita venha aí, depois de Outubro. Mais vale ser surdo que ser cidadão, começo a acreditar
Na verdade, penso que os portugueses não perceberam bem isto do choque tecnológico. Vou tentar explicar, a quem ainda não percebeu, como isto funciona. Há 3 meses, ainda concentrado no Quique, e na escrita estilo blog do Público (lá está, a evolução, de blog, do Público, para facebook do i, ou twitter, se preferirem), saí do 732 às 09.30 da manhã nos Restauradores. Tirei uma senha numa máquina com tiques de tecnologia, assistida por um segurança que sublinhava, com precisão, o caos analógico da loja do cidadão. "se puder ir a outro lado"!! e fui, e voltei, e esperei e desesperei. Saltemos o desespero. O processo é simples, e cheio de tecnologia, não choca ninguém. Após 8 horas de espera (que aproveitei para umas leituras no Largo do Carmo, diga-se) chegou finalmente a minha vez. Atente-se, no entanto, que 8 horas, num mundo global e neoliberal 8 horas só fazem falta a quem usa gravata. Voltemos à tecnologia, "sente-se", tem os documentos?; levante-se, olhe para aquela máquina; coloque o dedo; retire o dedo; assine ali; espere; assine outa vez".. "desculpe, bloqueou, temos de mudar de máquina e fazer tudo outra vez"!!!!!
Digam-me, então, se isto não é um choque. Desconfio se será tecnológico, mas choque é, conforme o prova a cara de desespero que está estampada no dito cartão agora, 3 meses depois, quando o fui buscar. Mas enfim, são os esforços e sacrificios necessário para se ser um cidadão!! Isso e ouvir bem. Perceba-se. De volta ao JJ e ao i, e às senhas da loja do cidadão a espera, desta vez, não permitia qualquer soneca. Não só porque era mais curta como, e sobretudo, qualquer tentativa seria interrompida por vários e em crescendo sonoro "tem internet? quer activar a assinatura digital?". Os gritos, sim, os gritos, que mais lhe podíamos chamar, vinham da funcionária que estava a entregar o cartão do cidadão. "quer assinatura electrónica? Usa a internet" era perguntado, na primeira vez, num tom aproximado ao da Inês Medeiros nas conversas infindáveis com o Machado Vaz. Naturalmente, a maioria das pessoas, perdão, dos quase cidadão percebe tanto de assinatura electrónica como do losango do JJ. Age natural, ou quer agir, não responde, espera explicações. E elas chegam, pela encarnação agora daquela miúda que uiva nas manhãs da TVI "quer assinatura electrónica? usa internet?". Perpetua-se o silêncio, surge uma última tentativa, mais alto, muito mais alto, muito mais Julia Pinheiro, muito mais Pós e Contras "quer activar assinatura electrónica? Usa Internet? Usa Internet?"... "sempre a pode activa depois". Confesso-me vacinado, não contra A, e a loucura jornalística que começa a gerar, mas contra o choque, tecnológico ou não. Mas percebo a desconfiança do novos cidadãos perante a principal promessa do Sócrates, o choque tecnológico!!! Uffa, desabafam. Uii, suspiro eu, imaginem quando for o choque de estupidez que se acredita venha aí, depois de Outubro. Mais vale ser surdo que ser cidadão, começo a acreditar
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