- Os votos dos concorrentes (as eleições pouco mais são que concursos po esse mundo fora) decrescem ao loongo da contagem
- Alguns dos correntes até chegaram a perder nos seus estados de nascença
Uma vez que a percentagem se acha dividindo o número de votos do concorrente em questão pelo número de votos totais e multiplicando por 100:
uma maneira muito fácil disto acontecer seria por exemplo: Após a contagem de 1000 votos o concorrente da oposição tinha 200 votos dando uma percentagem de , mas após se contarem 10000 votos ele tinha 1500 votos o que dá o total de .
O que não é nada surpreendente.
Claro que se a descida ou subida de percentagens for muito acentuada as pessoas têm todo o direito de ficar admiradas e suspeitar de irregularidas, mas só o facto da percentagem subir não quer dizer nada.
A mim o que me espanta em tudo isto é a desproporção e selectividade dos media. Como o Irão faz parte do eixo do mal por ter um presidente nada manejável há que incutir nas pessoas a ideia que estas eleições foram forjadas. Eu não sei se foram ou não (e até acho provável terem havido algumas irregularidades durante o processo), mas o que eu sei é que o Ahmadinejad tem um apoio fenomenal das comunidades mais rurais do Irão e que essas mesmas comunidades são a maior parte da população do Irão
Fraudes eleitorais houve aquando da primeira eleição do Bush Jr. e não me lembro de haver tanta celeuma.
Factos muitos estranhos ocorreram aquando da segunda eleição do Bush Jr. e novamente não me lembro de haver tanta celeuma.
E viva os media imparciais!
8 comentários:
Estimado,
No que respeita às eleições do George Bush houve muitíssima tinta que correu sobre as possíveis fraudes (em especial a primeira).
No que respeita às eleições no Irão, eu também não sei se houve ou não fraude. Eu conheço pessoalmente alguns dos iranianos que se manifestaram ontem e eles afirmam que que realmente existiu fraude. É um opinião enviesada e que obviamente não representa a maioria do povo iraniano. Mas eu não tenho razões para duvidar deles.
De qualquer maneira em Portugal durante a ditadura, houve sempre eleições. Não é por isso que Portugal era uma democracia. O mesmo se aplica ao actual regime iraniano.
Realmente correu alguma tinta sobre a eleição do Bush e até se escreveram livros sobre isso, mas este espectáculo que temos vindo a ver não houve. E acho que muito mais necessário seria no caso do Bush uma vez que a influencia que o governo americano tem pelo mundo fora não é nada negligenciável.
Não acho que o regime iraniano seja uma democracia e seguramente existe muita falta de liberdade pessoal por lá. No entanto discordo com a ideia que se quer transmitir a força do Irão só porque têm uma presidente (e restante sistema político) que quer pensar por ele próprio ao invés de dançar a música do Ocidente.
Acho que no geral concordamos mais do que parece, mas discordamos em alguns pormenores. De qualquer modo estou mais do que interessado em continuar a discussão.
Não sei se será possível medir em números a atenção mediática que se está a dar ao Irão vs o que se deu ao Bush. Mas durante o primeiro mandato, todos os dias era lembrado que o Bush tinha obtido o cargo ilegalmente.
"No entanto discordo com a ideia que se quer transmitir a força do Irão só porque têm uma presidente (e restante sistema político) que quer pensar por ele próprio ao invés de dançar a música do Ocidente."
Eu não vejo as coisas dessa forma. A diferença entre os EUA e o Irão é que os primeiros nunca tiveram qualquer intenção hostil para com a Europa. O Irão por outro lado apoia activamente grupos extremistas islâmicos e quer ter (ou já tem) a bomba atómica. Portanto a mim interessa-me bastante a música que o Irão quer dançar.
Repare que eu não quero impingir uma ideia de governo, democrática ou outra qualquer, ao Irão. Entendo que queiram ter um exército forte, afinal são xiitas rodeados por sunitas que os odeiam. Mas ter uma bomba atómica é um passo bastante perigoso nas mãos de quem patrocina ataques suicidas a civis.
"Não sei se será possível medir em números a atenção mediática que se está a dar ao Irão vs o que se deu ao Bush. Mas durante o primeiro mandato, todos os dias era lembrado que o Bush tinha obtido o cargo ilegalmente."
Com a internet é bastante fácil. Uma maneira simples de o fazer é ver quantos hits é que obtém no Google (e outros populares motores de busca) fazendo uma pesquisa com as palavras chaves relevantes. Depois se quiser fazer uma pesquisa mais profissional pelos media a sério sei que há também meios de o fazer pela web, mas de momento não lhe sei dizer como e tenho demasiada preguiça para pesquisar.
"Eu não vejo as coisas dessa forma. A diferença entre os EUA e o Irão é que os primeiros nunca tiveram qualquer intenção hostil para com a Europa. O Irão por outro lado apoia activamente grupos extremistas islâmicos e quer ter (ou já tem) a bomba atómica. Portanto a mim interessa-me bastante a música que o Irão quer dançar."
Ó meu caro amigo desde o final da segunda guerra mundial que os Estados Unidos só têm intenções hostis para com todos que não sigam as suas pisadas. E isto é um facto puro e duro.
Em segundo lugar se alguém tem tido intenções hostis nestes últimos tempos são novamente os Estados Unidos e os amigalhaços Reino Unido e Israel (falo nos países mas espero que seja óbvio a toda a gente que me refiro aos governos dos países). Ameaça atrás de ameaça ao mais puro estilo bully. Claro que nessas condições o Presidente do Irão responde com um discurso vigoroso, como não podia deixar de ser, e solta também algumas diatribes. No ponto do do Irão ter armas nucleares ou não a mim o que mais preocupa é a possibilidade de cair não mãos erradas de alguns vizinhos mais hostis (porque os há) e não o que o Irão enquanto nação pretende fazer. Mas antes de mais deixe-me só dizer que lá por um país ter tecnologia nuclear, não quer necessariamente dizer que vá desenvolver armas de destruição maciça . Ahmedinajad tem repetidamente dito que não é esse o objectivo e tanto quanto sei o que foi apurado realmente corrobora isso: as instalações que há são para aplicações energéticas e não militares.
E nisto do nuclear há duas coisas que não entendo. A primeira é: porque é que os EUA e compinchas podem ter armamento nuclear, biológico, químico e sei lá mais o quê e os restantes países não podem?
Em segundo lugar: para quando a invasão à Coreia do Norte e Irão. É que segundo nos foi dito o Iraque foi invadido porque o Saddam tinha em sua posse armas de destruição maciça (corroborado por aquele grande senhor que é o Durão Barroso). Uma vez que é mais que óbvio que a Coreia do Norte tem tecnologia nuclear tendo em vista aplicações militares e faz parte do eixo do mal para quando uma invasãozita por parte de tropas dos EUA e RU?
E já agora provas que o irão apoia grupos extremistas. Há? Nunca as vi nem ouvi falar delas.
Acho que faz muito bem em torcer o nariz a países que fomentam o terrorismo terem armas nucleares. por isso gostaria de o ver a comentar o que acha dos EUA, Reino Unido e Israel as terem.
Quando disse que é difícil medir, referia-me a que é difícil obter métricas que sejam claras. Procurando os hits no google, "bush fraude 2000 election" vs "iran fraude 2009 election", o Irão ganha por larga margem. Mas não será porque o Irão é um tema bastante mais actual ? E repito, não será mais preocupante para os europeus quem ocupa a cadeira do poder em Teerão do que em Washington ? E a diáspora iraniana não dará também o seu contributo à histeria dos média ?
Penso que o compreendo quando fala no histerismo e na parcialidade dos média, mas isso é um facto (incómodo) dos dias em que vivemos. Só em portugal tivemos: Entre-os-Rios, Timor, Maddie, Freeport. Eu entre as opções de não se falar a falar muito e mal, prefiro a segunda. Obriga a um cuidado maior para formar a opinião, mas se não se falar penso que seria pior.
"Ó meu caro amigo desde o final da segunda guerra mundial que os Estados Unidos só têm intenções hostis para com todos que não sigam as suas pisadas. E isto é um facto puro e duro"
Também a USSR. A guerra fria foi exactamente por isso.
"E nisto do nuclear há duas coisas que não entendo. A primeira é: porque é que os EUA e compinchas podem ter armamento nuclear, biológico, químico e sei lá mais o quê e os restantes países não podem?"
Não é uma questão de poder ou não. Qualquer país, se tiver disposto a gastar dinheiro para isso, pode fazer esse tipo de arsenal. Mas as actuais potências têm todo o interesse em que isso não aconteça e fazem o que conseguem para o evitar. A única diferença entre os EUA e o Irão, repito, é que os primeiros não querem mandar uma bomba para este cantinho. Os outros não sei, mas desconfio que sim.
Que fique claro que no meu mundo ideal todas as guerras teriam de ser travadas com paus e pedras. Mas a evolução tecnológica é um facto impossível de evitar. Você ficaria tranquilo se o seu vizinho tivesse uma espingarda e você ainda usasse paus ? A não ser que todos os países do mundo se unam numa fraternidade universal, forças armadas são necessárias. E armas cada vez melhores também. Por alguma razão Israel ainda existe.
"Em segundo lugar: para quando a invasão à Coreia do Norte e Irão."
Se há coisa que o Iraque mostrou é que invasões preventivas não funcionam. Ainda bem digo eu. A mim desde que o ser humano seja respeitado, é-me indiferente o gajo que está no poder. Infelizmente parece-me que o Irão caminha no mau sentido, a Coreia do Norte já lá chegou á muito.
". por isso gostaria de o ver a comentar o que acha dos EUA, Reino Unido e Israel as terem."
Eu considero a existência de armas de destruição massiva como o ponto mais baixo na história da humanidade. E olhe que ao longo de 10 mil anos de civilização, tinha muito por onde escolher.
Há uns tempos vi uma estimativa, que o custo do arsenal americano era quase igual a toda a riqueza produzida durante o século 19. Isto é triste, no mínimo.
A política externa de Israel, EUA e UK tem muito pouco de recomendável. Mas também a nossa ao longo dos 500 anos que andamos pelo mundo.
Meu caro comecei a escrever a resposta ao seu comentário no trabalho mas infelizmente não a acabei. A resposta já ia longa e como tal não vou começar tudo de novo agora, mas na segunda-feira acabo e logo ponho cá.
Bom fim-de-semana.
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