Em conversa na Câmara Municipal de Oeiras, como combinado, o Projecto começa a ganhar contornos mais institucionais. Três linhas de desenvolvimento foram apresentadas - Arte, Ciência e Cidadania. Porque julgo que todas as nossas valências se enquadram neste eixo e porque penso que é em torno deste eixo que se joga a transformação da realidade, Por outro lado, é também aqui que mais se confundem as ideias e se embaraçam discursos pouco claros.
Por isso cabe-nos intervir na cidade e exercer a crítica, se entendida no sentido iluminista (sem dúvida a passar de moda) e Kantiano: a crítica é a configuração dos contornos, a definição dos limites. Mas limites de quê ou de quem?
Os limites da produção da verdade, produção que, em todas as épocas, possui instrumentos precisos que é preciso limitar, configurar, fazer aparecer para melhor se perceberem as relações de força em tudo presentes.
É preciso uma vez mais retomar o combate face à menoridade em que os homens se mantêm (como Kant definiu - menoridade caracterizada pela incapacidade de o Homem se servir do seu próprio entendimento, sem estar sujeito à direcção de um outro). Kant definia em 1784 três áreas fundamentais onde homem devia sacudir essa sujeição: a religião, o direito e o conhecimento. Ninguém duvidará que elas são, ainda hoje, os grandes discursos da verdade sob os quais o homem baixa a cabeça.
Não implica a crítica, como ficou dito, uma negação da religião, do direito e do conhecimento, mas precisamente o estabelecimento dos seus limites.
Aqui eu julgo que a Ermida deve usar a crítica como instrumento da sua participação (daí as três áreas com as quais a crítica pode ser exercida). Daqui a prática da arte (pelo canto em coro e pela teoria da música), a prática da ciência (pelo pensamento crítico, sujeito à revisão e à contestação presente nos debates - reparem como a ciência se transforma gradualmente, pelo menos no discurso corrente, no seu contrário: é usada como certeza inabalável, como arma para a ausência de discussão, como verdade divina a ser respeitada de imediato), a prática da política, como vida na cidade (pela relação com a educação, pela relação com a vida do Concelho de Oeiras).
À religião oporemos a ciência; ao direito a arte; e ao conhecimento a cidadania.
P.S. não se assustem que este texto só me vincula a mim. O que quero é justamente motivar o debate em torno destas questões para, à maneira socrática, cuidarmos de nós, reflectindo sobre o que é justo fazermos.
Por isso cabe-nos intervir na cidade e exercer a crítica, se entendida no sentido iluminista (sem dúvida a passar de moda) e Kantiano: a crítica é a configuração dos contornos, a definição dos limites. Mas limites de quê ou de quem?
Os limites da produção da verdade, produção que, em todas as épocas, possui instrumentos precisos que é preciso limitar, configurar, fazer aparecer para melhor se perceberem as relações de força em tudo presentes.
É preciso uma vez mais retomar o combate face à menoridade em que os homens se mantêm (como Kant definiu - menoridade caracterizada pela incapacidade de o Homem se servir do seu próprio entendimento, sem estar sujeito à direcção de um outro). Kant definia em 1784 três áreas fundamentais onde homem devia sacudir essa sujeição: a religião, o direito e o conhecimento. Ninguém duvidará que elas são, ainda hoje, os grandes discursos da verdade sob os quais o homem baixa a cabeça.
Não implica a crítica, como ficou dito, uma negação da religião, do direito e do conhecimento, mas precisamente o estabelecimento dos seus limites.
Aqui eu julgo que a Ermida deve usar a crítica como instrumento da sua participação (daí as três áreas com as quais a crítica pode ser exercida). Daqui a prática da arte (pelo canto em coro e pela teoria da música), a prática da ciência (pelo pensamento crítico, sujeito à revisão e à contestação presente nos debates - reparem como a ciência se transforma gradualmente, pelo menos no discurso corrente, no seu contrário: é usada como certeza inabalável, como arma para a ausência de discussão, como verdade divina a ser respeitada de imediato), a prática da política, como vida na cidade (pela relação com a educação, pela relação com a vida do Concelho de Oeiras).
À religião oporemos a ciência; ao direito a arte; e ao conhecimento a cidadania.
P.S. não se assustem que este texto só me vincula a mim. O que quero é justamente motivar o debate em torno destas questões para, à maneira socrática, cuidarmos de nós, reflectindo sobre o que é justo fazermos.
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