quinta-feira, 29 de setembro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Os livros
A Inês Fonseca Santos introduziu um novo problema na literatura, a saber, como é que um gajo se constitui cidadão de pleno direito no mundo das pessoas sensíveis: boa noite, bem-vindos aos livros, são 14 euros e 50 cêntimos: Pim. De igual modo, no fim da ceia tomou o cálice, e apresentou o livro de Valério Romão, com toda a certeza uma natureza (trau) sofredora com as suas experiências pessoais e públicas (Pim), pois só um gajo traduzido nas mais diversas línguas (incluindo a Suiça), pode aspirar a dizer alguma coisa sobre a natureza humanóide, embora a língua da Inês Fonseca Santos deva estar fora de um texto que se quer credível, responsável, profundo (trau) e mais que tudo, decente. Em defesa da literatura, dos livros, e do mundo em geral, só posso dizer-vos: TRAU.
Crianças, Hospitais e patologias, ora aí estão três tristes temas que fazem a eleição dos intelectuais de esquerda e das medicinas alternativas, mas longe de mim entrar numa polémica em torno do sofrimento de cada um (Milton Friedman já o disse, a cada um a sua filha da putice), mas como diria esse cabrão de Turim, Frederico o Grande filho da puta Niezzscchzhese (viva o acordo Ortográfico) os poetas - esses filhos da puta - são impúdicos para com as suas vivências, e se são impúdicos, ora bem (trau) terão de levar com a crítica crítica, pois Marx - cuja filha se matou de pobreza, miséria e desejo de ser grande - passou as passas do Algarve e Além Mar para conseguir elaborar uma teoria lógica e sistemática do capitalismo (incluindo os filhos da puta dos escritores) onde - hoje em dia - todos mijam sem qualquer noção do mijo. Não quero com isto dizer que os livros são um comércio como outro qualquer, pois é muito pior quando os livros, não sendo um comércio, acabam como substitutos da palavra divina, uma teologia da palavra voando sobre as águas sujas do estruturalismo, uma panaceia para as dores espirituais, um substituto da catequese, uma versão de auto-ajuda revista e alegadamente (pela Inês Fonseca Santos - a grande cavalona) melhorada, isto é, a cura dos paralíticos, a lição parabólica do rabi palestino - esse terrorista árabe educado no judaísmo chamado Jesus - quando colocando dois dedos no lodo, os esfregou nos olhos do cego: senhor, senhor, lembra-te de mim quando vieres como o teu reino (trau). Pois a literatura, não é mais que religião privatizada e vendida em fascículos.
A relação entre uma relação em ruínas e o incumprimento de um sonho - segundo Valério Romão (um homem traduzido na Suiça) ou ainda mais, segundo a princesa egípcia (desculpem) e torturadora do nosso sono, a Inês Fonseca Santos - são o grande tema deste excerto da cultura ocidental, o programa Os Livros, onde se fala de silêncio, incapacidade, medo, e incongruências das instituições - essas costas largas da civilização moderna (e que são sempre pau para toda a obra) - um programa apresentado pela incomensuravelmente sábia, porque talvez distante (Deus nos ajude), Inês Fonseca Santos, pois da instituição da literatura (essa antologia de santos laicos forjados pela nova religião, a sensibilidade, dada à estampa por esse grande maricas e abandonador de crianças, o Jean-filho-da-puta-Jacques-e-muito-meu-amado-Rousseau) ninguém trata das incongruências ou medos (trau) pois que é ganha pão de muito malandro. Pim. Pam, Pum.
Mas queria mesmo era falar dessa trilogia das paternidades falhadas, se paternidade falhada estiver relacionada com a doença - que espreita sempre ao virar da esquina - pois não estou a ver bem onde reside a diferença entre o livro Autismo e o Prometo Falhar do Pedro Chagas Freitas, a não ser no facto de não termos os nosso livros lidos pela boca ululante e pacificadora da bela e monstruosamente bela, Inês Fonseca Santos, a de olhos decapitadores da nossa tranquilidade. Pim. Dizia eu que, pois claro, se a doença e a eterna patologia da denúncia (os terapeutas são santos que nos falham) vão facturando o lucro das nossas fragilidades (sem ensinar nada ou arriscar nada), a paternidade falhada é uma coisa que nos não deve merecer muitas lágrimas, se tivermos coragem para nos foder todos uns aos outros (o que é o motor do progresso), sendo fiéis ao silêncio sobre a nossa privacidade e combatentes jihadistas desse acidente estatístico que é a doença - grande ganha pão da nossa contemporânea idade - à qual (doença) não desculparemos nada, pois que estamos apostados em contrariar a natureza do poder e o poder da natureza. No fundo - o leitor já adivinhou - este alf é um gajo com inveja do Romão (voilá) sendo muito justamente a inveja que move os portugueses e o mundo, e eu assim me confesso invejoso de não ser violentamente criticado (com chicote e napa) pela Inês Fonseca Santos, mesmo que economicamente isso não fosse grandemente favorável, embora, dito de outro modo, a vontade de poder passe pelo domínio do eterno feminino, razão pela qual existem hospitais, crianças e autismo: no fundo, quem nos fode são as mulheres: o senhor seja louvado, bem dito seja o senhor Deus.
Basta ouvir esse guerrilheiro mexicano, o Valério Romão, para não descortinar qualquer diferença com um mau episódio de uma novela da TVI - a não ser preferirmos gajas boas afogadas no drama a dramas sem gajas boas e relatados pela boca de um guerrilheiro mexicano. «Intensidade e profundidade» - diz a Medusa letal que leva no seu abençoado colo a cabeça apaixonada de Perseu, ou seja, a minha - repito, intensidade e profundidade (trau, trau, trau) que «Valério Romão explora a seu favor, isto é, a favor da história que cria, através de recursos como a linguagem que acelera e abranda ao ritmo das personagens e da estrutura narrativa que dispensa regras», isto diz a Inês Fonseca Santos (daqui em diante IFS, ou seja, Isto Foda-se Só-se-chorando, mas já assentámos que não, como diria o Vergílio Ferreira). Também nós dispensaríamos todas as regras num mundo onde a Inês Fonseca Santos nos pudesse conduzir por corredores de bibliotecas com livros e livros e livros, e onde o confessionalismo das personagens fosse apenas um pretexto para criticarmos cada centímetro do seu corpo mediático (salvo seja a vossa vontade, assim na terra como na biblioteca) corpo mediático explorado por uma política de educação pública paga pelo Orçamento devidamente vigiado pela Unidade Técnica de Apoio ao Orçamento, mas ainda assim, política largamente compensadora de todos os sacrifícios feitos pelo povo português desde a crise financeira de 2008; «O aviso está escrito, não dá para escapar. Até aos próximos livros».
E a Inês Fonseca Santos (trau) devolve o livro às prateleiras, indiferente ao seu poder de acumulação da poupança, uma mulher criada nesse espaço perverso das ligações entre a cultura, a Escola de Frankfurt e a alocação de recursos públicos, e a gaja - do alto da sua autoridade literária - avisa cada um de nós (e cada um de vós, leitores deste blog) que no caso de um dia aspirarmos ao banquete dos eleitos, teremos de colocar o nosso chapéu de guerrilheiro mexicano, e invocar esse supremo calcanhar de Aquiles da nossa civilização - o sentimentalismo -, no fundo, somos todos habitantes da Casa dos Segredos a quem os pais - por benefício da economia de mercado - pagaram estudos superiores de letras, embora no nosso coração, sagrado, sejamos tão iguais como todos esses anónimos leitores de Pedro Chagas Freitas (embora Teresa Guilherme no Domingo tenha empurrado as mamas - um pouco já decrépitas - contra um vestido de lantejoulas) o que em nada, por ser a TVI uma empresa de direito privado, deve perturbar os contribuintes (iguais em esperança e caridade) que pagam os Hospitais (essas instituições medonhas) onde não se tem em conta a economia específica do autor, para grande pena nossa, pois cada dia sofremos horrores por não poder fazer feliz e habitar (cada um dos centímetros de toda a falha) que porventura possa perturbar a Inês Fonseca Santos, et in saecula saeculorum, sabendo, todavia, como no fundo, gostaríamos era de estar no lugar mediático, topográfico e erótico do Valério Romão, autor muito justamente consagrado e constrangido, a quem, e desde já, desejamos - com toda a sinceridade - muitas e muitas felicidades.
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